Pouco mudou no mais antigo dos Vales. E dentre as poucas mudanças, a maioria foi gerada pelos tratados assinados com a nova Rainha da antiga floresta. Após estabelecer um embaixada no Vale, a Coronel deu inicio à construção de navios, aproveitando todo o potencial comercial do maior porto de toda a região no entorno de Cormanthor. E em troca, os elfos ofereceram ao Conselho dos Sete Burgueses um muro para a cidade.
O Vale do Rastelo provou muito pouco da dor sofrida pelo resto do mundo, nunca a falta de tradição na arte beneficiou tanto um povo. E se não fosse pelo Templo da minha amada Senhora dos Mistérios, que jaz trancado no centro de Nova Velar, e pela grande baixa econômica das últimas duas décadas, eu diria que os harrans¹ nem mesmo viram a chamada praga mágica.
Porém, mesmo no quase intocado Vale, as coisas não continuam as mesmas, sinto falta da minha velha amiga, Theramor era uma pessoa excepcional, possuía uma simplicidade e uma capacidade de compreender os outros fora do comum, ao menos ainda posso visitar o velho círculo druídico e relembrar o tempo em que eu ainda tinha forças para mudar o mundo.
Não só a velha parteira se foi, mas toda a ordem de paladinos do Vau Dourado (...) assim como o próprio Vau. Me contaram na Abadia do Amanhecer, que as Serpentes malignas do sul ocupam a pequena vila e estão preocupadas apenas em seus sacrifícios profanos à seus Deuses esquecidos.
O mundo precisa de força, e acredito que o povo de Velar tem muito a ensinar com sua sabedoria. As vezes desejo ter tido apenas uma vida simples e honrada como a deles, ter passado sem tantas cicatrizes, sem o amargor de ter vivido tantos pesares, sem lamúrias, sem perdas (...). Mas nunca me coube escolher meu destino, e ele assim como o vento, está pra mudar, mesmo sem a benção da mão amiga.
1 - Nativos do Vale do Rastelo.